A falta de energia elétrica em parte significativa da cidade de São Paulo, que já dura quatro dias, está gerando grandes prejuízos aos setores do varejo e de serviços. Cálculos da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo de São Paulo (FecomercioSP) mostram que as perdas brutas já somam cerca de R$ 1,65 bilhão.
Do total, R$ 536 milhões referem-se aos prejuízos causados no varejo, e R$ 1,1 bilhão nos serviços. Segundo a entidade, os dados foram compilados levando em consideração que, aos fins de semanas, o comércio paulistano tende a faturar, em média, R$ 1,1 bilhão por dia, enquanto os serviços têm receitas de R$ 2,3 bilhões.
“Esse valor deverá ser maior, porque a empresa responsável pela distribuição de energia, a Enel, ainda não forneceu respostas concretas sobre o retorno do serviço aos imóveis que dependem da rede. As empresas estão contabilizando perdas econômicas a cada dia sem luz, como mercados, restaurantes e farmácias ”, disse a FecomercioSP.
O apagão alcançou mais de 2,1 milhões de imóveis de São Paulo na última sexta-feira (11), quando o estado foi atingido por uma forte tempestade. A energia foi restabelecida para a maioria dos moradores, mas 340 mil imóveis continuam sem luz.
Na segunda-feira (14), o governo federal disse que houve falha da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) na fiscalização da Enel. A situação foi avaliada como “inadmissível” e, segundo o ministro da Controladoria Geral da União (CGU), Vinícius Carvalho, existe a possibilidade de cassação da concessão da operadora de energia elétrica.
Ele lembrou outros apagões em São Paulo, em novembro de 2023 e entre março e abril deste ano, que também apresentaram demora no restabelecimento dos serviços. “É inadmissível que uma situação como essa aconteça, ainda mais duas vezes sem que as medidas emergenciais tenham sido adotadas na velocidade necessária para pelo menos mitigar os danos causados por este tipo de situação”, disse Carvalho.
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