PF Indicia Ex-Assessor do TSE por Vazamento de Conversas de Alexandre de Moraes

A Polícia Federal indiciou, nesta quarta-feira (2), Eduardo Tagliaferro, ex-assessor do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), por violação de sigilo funcional com dano à administração pública. O caso envolve o vazamento de mensagens do ministro Alexandre de Moraes com auxiliares do TSE e do Supremo Tribunal Federal (STF). Agora, cabe à Procuradoria-Geral da República (PGR) decidir se apresenta denúncia contra Tagliaferro.

Vazamento e Motivação Política

De acordo com a PF, Tagliaferro violou sigilo conscientemente enquanto atuava na Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação do TSE. O relatório aponta que ele admitiu à esposa, em abril de 2024, ter repassado informações sigilosas a um jornalista da Folha de S.Paulo.

Os investigadores concluíram que o vazamento visava prejudicar a imagem de Moraes, colocando em xeque sua imparcialidade e dificultando investigações sobre organizações criminosas. Para a PF, o episódio faz parte de um cenário maior de tentativas de desestabilização institucional.

Contexto e Repercussões

As mensagens vazadas, que abrangem o período de agosto de 2022 a maio de 2023, foram trocadas entre Tagliaferro e o juiz instrutor Airton Vieira, do gabinete de Moraes no STF. O ministro classificou o episódio como um ataque coordenado contra as instituições democráticas, apontando conexão com o Inquérito das Fake News, uma das investigações mais controversas conduzidas pelo STF.

Na visão de Moraes, há uma rede organizada que atua contra o Judiciário, buscando deslegitimar ministros e até pressionar pelo fechamento da Suprema Corte. O ministro vê essa ofensiva como parte de um movimento maior para criar um ambiente favorável à ruptura democrática e restaurar um regime autoritário no Brasil.

E Agora?

Com o indiciamento concluído, o destino de Tagliaferro está nas mãos da PGR, que pode denunciar o ex-assessor e levá-lo a julgamento. Enquanto isso, a investigação sobre possíveis articulações contra as instituições segue em andamento, com Alexandre de Moraes reforçando a necessidade de combater ataques à democracia.

O caso reforça a tensão entre o Judiciário e setores políticos que questionam sua atuação, tornando o episódio mais um capítulo na disputa sobre os limites da liberdade de expressão e o combate à desinformação no país.

Compartilhe: