O Papa Francisco, que faleceu na última segunda-feira (21), protagonizou um gesto de compaixão e coragem que só agora veio à tona: durante os meses mais intensos da guerra entre Israel e Hamas, o pontífice ligava diariamente para a paróquia católica localizada em Gaza.
“Ligo todas as tardes, às 19h, para a paróquia de Gaza”, revelou Francisco em maio de 2024. Foram ao todo 563 ligações feitas, sempre no mesmo horário, trazendo palavras de apoio, bênçãos e fé para o pequeno grupo cristão que vive cercado pelo conflito.
Em uma das gravações divulgadas pelo Vaticano em janeiro, é possível ouvir Francisco saudando o padre em árabe, conversando com as crianças e reafirmando: “Não tenham medo, estou com vocês.” O gesto trouxe conforto a quem se sentia esquecido no meio do caos.
Crítico feroz das guerras, Papa Francisco não cessou seus apelos por paz nem em seus últimos momentos. Durante sua última aparição pública na Páscoa, por meio de um texto lido por um assistente, ele clamou por um cessar-fogo imediato diante da “situação dramática” em Gaza.
O legado do Papa Francisco ecoa não apenas em suas palavras, mas em suas ações silenciosas e constantes, como essas 563 ligações — pequenos gestos que se tornaram faróis de esperança em tempos de escuridão.