Tornado público nesta terça-feira (26), o relatório final da Polícia Federal (PF) apontou um padre como integrante do núcleo jurídico de uma organização criminosa que teria planejado um golpe de Estado para manter Jair Bolsonaro (PL) no poder, impedindo a posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
O religioso, conhecido por sua atuação nas redes sociais e com 431 mil seguidores no Instagram, teria enviado mensagens que incentivavam “orações pelo golpe”, mencionando generais e militares em um chamado para “salvar o Brasil”. Segundo a PF, o conteúdo da mensagem reflete a disseminação da ideia de ruptura democrática logo após a derrota de Bolsonaro nas urnas.
A defesa do sacerdote afirmou que ele jamais participou de conspirações e que o indiciamento contém abusos, como a violação de sigilo. Ele alegou que os encontros com Bolsonaro foram motivados por razões espirituais, negando envolvimento com articulações golpistas.
O relatório também destacou deslocamentos do padre para Brasília entre outubro e dezembro de 2022, incluindo visitas ao Palácio da Alvorada e ao comitê de campanha do PL.
Uma das evidências mencionadas é uma mensagem enviada em 3 de novembro de 2022, que pedia orações para militares “agirem com consciência histórica” e enfrentarem “covardia”. A PF interpreta a mensagem como uma tentativa de engajamento religioso em apoio ao golpe.
O sacerdote, que ainda não se pronunciou publicamente sobre o caso, segue sob investigação.
Fonte: Folha
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