Um morador de Juazeiro do Norte diagnosticado com HIV relata ter sido surpreendido com a longa espera para o início do acompanhamento médico. Após procurar o Centro de Infectologia do município, foi informado de que a primeira consulta com um especialista ocorrerá somente em fevereiro de 2025, resultando em uma espera de quatro meses.
O paciente criticou a situação, alegando contradição entre a realidade do atendimento e as propagandas da prefeitura, que prometem apoio integral às pessoas infectadas. “Que apoio é esse que me faz esperar tanto tempo por uma consulta?”, questionou.
Em resposta, a Secretaria de Saúde de Juazeiro do Norte (Sesau) emitiu uma nota justificando o espaçamento das consultas. Segundo a pasta, a alta demanda por atendimentos é consequência de pacientes provenientes não só do município, mas também de cidades vizinhas, como Aurora, Barbalha, Caririaçu, Jardim e Missão Velha, que recorrem ao centro devido à falta de serviços especializados em infectologia em suas regiões.
A Sesau informou que o Centro de Infectologia adota um sistema de triagem para avaliar a urgência de cada caso, priorizando pacientes que, além do diagnóstico de HIV, apresentam comorbidades que agravam sua condição. Além de soropositivos, o centro atende outras doenças infecciosas, como hepatite e ISTs (Infecções Sexualmente Transmissíveis) não controladas, o que também contribui para a sobrecarga no atendimento.
Outro fator apontado pela secretaria é a dificuldade em contratar médicos infectologistas para compor a equipe, devido à escassez desses profissionais no mercado local. Ainda assim, a Sesau destacou os esforços para melhorar o atendimento, mencionando que, até agosto deste ano, foram realizados 4.730 atendimentos no Centro de Infectologia, incluindo consultas médicas especializadas, assistência farmacêutica e social, apoio psicológico e a dispensação de medicamentos.
A Sesau reafirmou o compromisso com a saúde pública e os trabalhos de prevenção à AIDS e outras ISTs, oferecendo gratuitamente as terapias medicamentosas PrEP (Profilaxia Pré-Exposição) e PEP (Profilaxia Pós-Exposição), além de fornecer testes rápidos e preservativos nas Unidades Básicas de Saúde.