MPCE pede federalização de caso envolvendo assassinato de suplente de vereador no Crato

Um ano após o assassinato do suplente de vereador José Erasmo Gomes de Morais, o Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE) solicitou à Procuradoria-Geral da República a federalização do caso, apontando falência institucional do Estado na investigação, que está paralisada há mais de cinco meses.

No pedido, os promotores destacam falhas graves, como a não realização de diligências básicas, ausência de perícia no celular da vítima e destruição de provas — câmeras de segurança foram violadas e um HD danificado, mesmo após coleta de impressões digitais. Além disso, carregadores de armas encontrados no local seguem sem identificação.

Erasmo Morais foi executado em 7 de maio de 2024, no Crato, com mais de 35 tiros disparados por criminosos encapuzados. O veículo usado no crime foi encontrado incendiado dias depois, dificultando ainda mais a elucidação.

O MPCE alega que há indícios de atuação de grupos organizados ou de extermínio, possivelmente com motivação política, já que Erasmo fazia denúncias sobre contratos irregulares e relatava ameaças.

O pedido de federalização, via Incidente de Deslocamento de Competência (IDC), será analisado pela Procuradoria-Geral da República. Se acolhido, o caso seguirá para decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que poderá transferir a investigação à esfera federal, sob responsabilidade da Polícia Federal e do Ministério Público Federal.

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