INSS: parte dos servidores não reconhece acordo e mantém greve

Apesar de o governo Lula (PT) ter anunciado nesta semana acordo com servidores do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), parte da categoria não reconhece a legitimidade do termo assinado e diz que a mobilização continua.

O acordo foi assinado na última quarta-feira (28 de agosto de 2024) com a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Seguridade Social (CNTSS). O presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, disse ao Metrópoles esperar normalização breve dos serviços.

Apesar de já durar um mês e meio, em razão de medidas administrativas, como o corte de ponto do servidor grevista, e da ação judicial no Superior Tribunal de Justiça (STJ), a greve não causou uma queda expressiva dos serviços prestados. No que se refere ao apoio às perícias, por exemplo, a perda foi de algo em torno de 3% a 4%.

A Federação Nacional de Sindicatos de Trabalhadores em Saúde, Trabalho, Previdência e Assistência Social (Fenasps) acusa o governo de fazer uma “manobra” para enfraquecer o movimento, sem a devida negociação com sua base.

Filiados à Fenasps dizem, inclusive, que essa prática lembra a recente greve dos professores federais, quando o governo assinou um primeiro acordo com a Federação de Sindicatos de Professores e Professoras de Instituições Federais de Ensino Superior e de Ensino Básico Técnico e Tecnológico (Proifes).

Depois, a situação foi judicializada, e a greve nas universidades e institutos federais só foi encerrada um mês depois, com a assinatura do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-SN).

Daniel Emmanuel, diretor do Sindicato dos Trabalhadores Federais da Saúde, Trabalho e Previdência no Rio Grande do Sul (Sindisprev-RS) e integrante da direção da Fenasps, informou que, na quinta (29/8), o comando de greve do estado deliberou por manter a greve.

“Estamos acompanhando as assembleias que estão acontecendo em outros estados. O sentimento da categoria é de revolta com a CNTSS e com a Condsef, que sinaliza assinar o acordo também”, disse Emmanuel à reportagem.

A avaliação é de que as duas entidades (CNTSS e Condsef), que são vinculadas à Central Única do Trabalhadores (CUT), atuam como “braço do governo” no movimento de greve.
A Fenasps é uma federação nacional e diz possuir o maior numero de servidores em sua base.

Por isso, justifica ter legitimidade para representar a categoria em greve em todo o país, ainda que as demais entidades que participaram das negociações até agora assinem o termo de acordo.

Fonte: Portal Metrópoles

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