Hemocentros convocam população para a doação de sangue

Férias e feriados prolongados, como o carnaval, são períodos de baixa nas doações de sangue dos hemocentros, já que muitas pessoas mudam a rotina, viajam e aproveitam para descansar, deixando de fazer esse ato de solidariedade. Neste ano, um outro agravante reforça a baixa nos estoques de sangue: o aumento de casos de dengue. Alguns pacientes, sob indicação médica, precisam receber plaquetas – um dos elementos que compõem o sangue.

Hemocentros, como o de Brasília e de São Paulo, por exemplo, já alertam para estado crítico no abastecimento de alguns tipos sanguíneos, sobretudo o O negativo – considerado doador universal e utilizado em casos de urgência, quando não se sabe a tipagem sanguínea do paciente.

Quem nunca doou pode passar a fazer sua contribuição para manter os estoques abastecidos e ajudar a salvar vidas. “Para ser um doador, a pessoa precisa estar descansada, bem alimentada, hidratada e sem utilizar bebida alcoólica nas últimas doze horas”, explicou o presidente da Fundação Hemocentro do Distrito Federal (FHDF), Osney Okumoto, em entrevista ao Canal Gov.

O Ministério da Saúde acompanha, diariamente, a quantidade de bolsas de sangue em estoque nos maiores hemocentros estaduais. Essa é uma das estratégias para evitar um possível desabastecimento de sangue em determinada unidade da federação. Caso necessário, o Plano Nacional de Contingência do Sangue é utilizado, possibilitando apoio logística para o remanejamento de bolsas de sangue para estados com maior dificuldade.

Okumoto explicou que já se sabe que, em feriados prolongados, o número de acidentes de trânsito aumenta, assim como a ocorrência de brigas, o que resulta na necessidade de mais bolsas de sangue. “As pessoas que são feridas vão até uma emergência de um hospital e, normalmente, precisam de uma bolsa de sangue ou, se vão para a cirurgia, também precisam de sangue. A gente tem que trabalhar com estoques garantidos como forma de prevenção”, argumentou.

O músico Eduardo Faustino, doador regular, contou que um de seus familiares já precisou de bolsas de sangue e ele sabe da importância desse ato. Ele fez sua última doação na terça-feira (06/02). “Acredito ser muito importante a doação, eu sempre venho quando tenho oportunidade, durante o ano todo. É fundamental ajudar as pessoas que precisam de sangue”, disse.

Os tipos sanguíneos O negativo e A positivo são os que costumam ter baixa nos estoques, já que são os mais difíceis de encontrar, segundo Osney Okumoto.

Como doar sangue

É necessário apresentar um documento de identificação com foto emitido por órgão oficial: Carteira de Identidade, Carteira Nacional de Habilitação, Carteira de Trabalho, Passaporte, Registro Nacional de Estrangeiro, Certificado de Reservista ou Carteira Profissional emitida por classe;

Ter idade entre 16 e 69 anos. Os menores de 18 anos precisam do consentimento formal do responsável legal. Já pessoas com idade entre 60 e 69 anos precisam já ter doado sangue antes dos 60 anos;

Pesar no mínimo 50 quilos, ter dormido pelo menos 6 horas nas últimas 24 horas, estar alimentado e evitar alimentos gordurosos nas três horas que antecedem a doação. Caso seja após o almoço, a recomendação é aguardar duas horas.

Todo o procedimento de doação, incluindo cadastro, aferição de sinais vitais, teste de anemia, triagem clínica, coleta do sangue e entrega do lanche, leva, em média, 40 minutos.

Foto: Marcelo Camargo

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