Um grande encontro da música do Brasil, no berço cultural e ancestral do Cariri, o Festival Choro Jazz chega pela primeira vez à região sul do Ceará. Realizado desde 2009 como um dos principais eventos do calendário musical brasileiro, o Choro Jazz aporta pela primeira vez na região sul do Ceará, com oficinas que se iniciaram na terça, 17, e seguem até esta quinta, 19 de setembro. E com uma programação de shows entre os dias 20 e 22 (sexta a domingo), no Centro Cultural do Cariri Sérvulo Esmeraldo, o CCCariri, no município do Crato. Além de uma Roda de Conversa sábado, 21, às 9h30 da manhã, com o mestre Egberto Gismonti. Tudo com entrada franca.
O festival também contará com apresentações de artistas e grupos de tradição cultural popular do Cariri, nos três dias de shows. Nesta sexta-feira, 20/9, às 19h, no Centro Cultural do Cariri, a tradicionalíssima banda Cabaçal dos Irmãos Aniceto, do Crato, e o Povo Kariri do Poço Dantas se apresentam dando as boas-vindas ao público, antes dos espetáculos de Fabrício da Rocha e Júnior Crato, do Quartchêto (do Rio Grande do Sul) e de Ney Conceição com o Baile do Ney. Os grupos saem do espaço chamado Terreiro das Artes, no CCCariri, e seguem em cortejo até o palco do festival, onde serão recebidos pelos apresentadores do festival, o cantor e multi-artista João do Crato e a atriz e produtora cultural Luisa Martins. E receberão uma homenagem especial.
No sábado, às 19h, o também tradicionalíssimo Reisado de Mestre Aldenir, do Crato, fará o cortejo entre o Terreiro das Artes e o palco do festival. Mestre Aldenir, reconhecido mestre da cultura do Ceará, se mostrou animado para participar do cortejo na noite que terá shows dos gaúchos Gilberto Monteiro convidando a Sucinta Orquestra e Gustavo Garoto, dos cearenses Carlinhos Patriolino e Choro Cabuloso e dos cariocas Moacyr Luz e Samba do Trabalhador.
No domingo, a programação começa mais cedo, às 16h30, e o Maracatu Uinú Erê, do qual João do Crato é integrante, se apresentará no cortejo de boas-vindas ao público, também recebendo homenagem do festival, que neste dia também homenageará a poeta Josenir Lacerda, autora de folheto de cordel sobre o evento. “Festival Choro Jazz / é meu nome e me apresento / Carinho feito no ego / Pra alma um doce alimento / Os meus acordes são laços / As melodias, abraços / mágicos, de lindo evento”, diz uma das estrofes do “romance” de cordel composto por Josenir, avó da violonista Tâmara Lacerda, que se apresenta no domingo ao lado acordeonista Ranier Oliveira (ambos do Cariri).
Depois deles, os mestres do choro e do samba Mauricio Carrilho, Paulo Sérgio Santos e Pedro Amorim, integrantes do grupo O Trio, sobem ao palco. E a noite e o festival se encerram com o mestre Egberto Gismonti se apresentando com a Orquestra à Base de Sopro, de Curitiba, em um dos momentos mais aguardados do festival no Cariri.
Um festival itinerante, pela primeira vez no Cariri
Apresentado pela Petrobras, que renovou sua parceria de patrocínio, e pelo Ministério da Cultura, o Festival Choro Jazz, realizado há 15 anos em Fortaleza e Jericoacoara, chegou a 2024 com muitas novidades, acontecendo pela primeira vez de forma itinerante. As duas primeiras etapas do festival aconteceram em julho, no Pará, nos municípios de Soure e Belém, conectando-se com a cultura paraense, em destaque para a herança marajoara.
Com apoio também do Governo do Estado do Ceará e do Instituto Mirante de Cultura e Arte, o Choro Jazz chega agora ao chão sagrado do Cariri, dos verdes vales, da Chapada do Araripe, das inúmeras tradições e manifestações da cultura popular tradicional e de uma infinidade de saberes e fazeres, em diversas linguagens artísticas, com destaque para a música.
O evento tem idealização e curadoria de Antônio Ivan Capucho e organização da Iracema Cultural e do Centro Cultural Choro Jazz.
“Depois de muito sucesso, shows lotados e muitos momentos inesquecíveis em Soure e Belém na etapa de julho, o Festival Choro Jazz tem a alegria de estar no Cariri, reunindo grandes músicos da região, de outras cidades cearenses e de outros estados”, destaca Antônio Ivan Capucho.
“É um grande encontro da música do Brasil, no Cariri cearense, pra chamar atenção pra música do Brasil, pra diversidade, a beleza, a intensidade dessa música, pra dimensão do nosso país e pra importância de termos ações como esta em outras regiões. É uma honra e uma alegria poder realizar o Festival Choro Jazz no Cariri, com toda a cultura, a identidade, a herança histórica e artística da região”.
Oficinas se encerram nesta quinta-feira: mestres e aprendizes tocando juntos
O festival foi aberto terça-feira, 17/9, com as oficinas, que se encerram nesta quinta. Oportunidade rara e valiosa para compartilhar lições de música e de vida com mestres brasileiros como Maurício Carrilho (oficina de choro, de 9h às 10h30), Paulo Sérgio Santos (clarinete, de 10h30 ao meio-dia), Pedro Amorim (samba, de 14h a 15h30), Cacá Malaquias (saxofone, de 15h30 às 17h) e Ney Conceição (prática de conjunto, de 17h às 18h30).
Também haverá a Roda de Conversa com o mestre Egberto Gismonti, no sábado, 21/9, às 9h30, na Vila da Música.
Saiba mais sobre os shows: de sexta a domingo, 20 a 22/9
A programação de shows do Festival Choro Jazz tem início na sexta-feira, 20/9, às 19h, com a apresentação de duas das grandes referências da música instrumental no Cariri, o flautista Junior Crato e o violonista e compositor Fabrício da Rocha, que apresentam outras vertentes da obra de Hermeto Pascoal, no show “Selestrial”, em um trabalho dos mais aplaudidos.
Às 20h30 se apresenta o Quartchêto, com seu som instrumental de alma gaúcha, com mais de 20 anos de trajetória. E às 22h acontece o Baile do Ney, com o contrabaixista Ney Conceição e convidados destacando a música instrumental com pegada dançante.
No sábado, 21/9, quem abre a programação, às 19h, são Gilberto Monteiro, o Quarteto Sucinta e Gustavo Garoto, reforçando a conexão musical entre o Rio Grande do Sul e o Ceará. Considerado uma lenda da música gaúcha, Gilberto, 71 anos, compositor de clássicos do Rio Grande, une sua cordeona de botão às cordas do quarteto de Porto Alegre formado por Clarissa Ferreira e Miriã Freitas nos violinos, Gabi Vilanova na viola e Luyra Dutra no violoncelo.
Às 20h30 acontece o show Carlinhos Patriolino convida Choro Cabuloso. O guitarrista, violonista e bandolinista Carlinhos Patriolino é um nome histórico egresso da geração da Massafeira Livre e referência na música instrumental e se junta ao projeto Choro Cabuloso, idealizado pelo pandeirista e produtor cultural Tauí Castro, em um espetáculo dos mais aplaudidos nos últimos anos em Fortaleza.
Às 22h, hora e vez de mestre Moacyr Luz e do Samba do Trabalhador, levando ao Cariri integrantes da famosa roda de samba que acontece todas as segundas-feiras no Rio de Janeiro, com quadra lotada para a apresentação de um repertório de autenticidade e diversidade. Mais um intercâmbio entre estados e matrizes musicais, destacado pelo Festival Choro Jazz.
No domingo, 22/9, a programação começa mais cedo, às 16h30, e será aberta por duas outras referências da música instrumental no Cariri: Tâmara Lacerda, jovem violonista e cantora de grande destaque na cena da região, uma artista influenciada pelo festival, seguidora atenta de referências como Egberto Gismonti e Dori Caymmi. Tâmara se apresenta juntamente com Ranier Oliveira, aclamado acordeonista, que brilhou na música no Rio de Janeiro e atualmente mantém uma agenda das mais concorridas com apresentações em diferentes formações e com vários artistas.
Às 18h se apresenta O Trio, criado em 1987 para homenagear Radamés Gnattali, então no aniversário de 80 anos do grande maestro. O grupo conta com os mestres Maurício Carrilho, Paulo Sérgio Santos e Pedro Amorim, na formação inusitada de violão, clarinete e bandolim.
E às 19h30, encerrando a programação do Choro Jazz no Cariri, o palco é de Egberto Gismonti e da Orquestra à Base de Sopro, de Curitiba, com 16 músicos, em uma apresentação especialíssima, fechando esta segunda etapa do festival em 2024 e brindando o público com um grande encontro.
Confira as datas das próximas etapas do festival: Fortaleza e Jericoacoara
Em Fortaleza o Festival Choro Jazz acontecerá nos dias 29 e 30/11 e 1o. de dezembro, no Anfiteatro da Volta da Jurema, na Av. Beira-mar, em parceria com a Secretaria da Cultura de Fortaleza – Secultfor. Na capital, no dia 29/11, também acontecerão oficinas do festival, em parceria com as organizações de educação musical vinculadas à Secultfor e também à ONG Casa de Vovó Dedé, localizada na Barra do Ceará, periferia de Fortaleza.
Em Jericoacoara, o Festival Choro Jazz vai acontecer entre os dias 3 e 8 de dezembro, também incluindo oficinas nos dias 3 a 6/12, além dos shows de terça a domingo, 3 a 8/12.
Serviço:
Festival Choro Jazz. Pela primeira vez no Cariri. No Centro Cultural do Cariri Sérvulo Esmeraldo, no município do Crato (Av. Joaquim Pinheiro Bezerra de Menezes, 1, bairro Batateiras). Oficinas de 17 a 19 de setembro. Shows de 20 a 22 de setembro. Roda de Conversa com Egberto Gismonti no dia 21 de setembro, na Vila da Música, no Crato. Entrada franca em todas as atividades. Apresentado pela Petrobras e pelo Ministério da Cultura, o Festival Choro Jazz conta nas etapas Cariri, Fortaleza e Jericoacoara com apoio institucional do Governo do Ceará, do Instituto Mirante de Cultura e Arte e do Centro Cultural do Cariri Sérvulo Esmeraldo. Mais informações: Instagram Festival Choro Jazz e www.chorojazz.com.