O dólar voltou a operar em alta nesta segunda-feira (1º/7), ao atingir R$ 5,62. Por volta das 15h15, contudo, a moeda americana baixou um pouco, cotada a R$ 5,61, num avanço de 0,54%. Na última sexta-feira (28/6), registrou-se uma elevação de 1,46%, sob a cotação de R$ 5,58 – o maior valor desde janeiro de 2022.
Nesta segunda, o Relatório Focus, pesquisa semanal feita pelo Banco Central (BC), mostrou que o mercado revisou as projeções do dólar para todos os anos analisados no levantamento. Isso inclui 2024, 2025, 2026 e 2027. Neste ano, a estimativa passou de R$ 5,15 para R$ 5,20. Para 2025, foi de R$ 5,15 para R$ 5,19.
A moeda americana tem avançado consistentemente nos últimos meses, puxada, entre outros motivos, pela manutenção dos juros altos nos Estados Unidos. Elevadas, essas taxas tornam mais atrativos os investimentos em títulos do Tesouro americano, o que pressiona o dólar para cima.
Críticas de Lula
Nesta segunda, contudo, a moeda subiu também por causa de novas críticas feitas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) contra a atual gestão do Banco Central. Em entrevista à rádio Princesa, de Feira de Santana (BA), Lula disse que o próximo presidente do BC olhará para o Brasil “do jeito que ele é, e não do jeito que o sistema financeiro fala”.
Para Guilherme Morais, analista da VG Research, esse foi o principal fator para a alta do dólar nas últimas horas. “Essa visão mais intervencionista e de menos liberdade ao Banco Central deixa o mercado com dúvidas”, diz. Isso porque, observa Morais, o próximo presidente do BC, que assume o cargo em janeiro de 2025, será indicado por Lula.
Metrópoles