A “Operação Tempestade” trouxe à tona novas evidências envolvendo a advogada e influenciadora Márcia Rúbia Batista Teixeira, presa no mês passado por suspeita de vínculos com o tráfico de drogas. A investigação revelou que Márcia transferiu R$ 10 mil para o líder da facção criminosa Comando Vermelho, Thiago Oliveira Valentim. O valor foi enviado a pedido do traficante, que, em troca, indicou à advogada um “coordenador” para auxiliá-la em atividades ilícitas e apoiar questões eleitorais relacionadas a um candidato associado a ela.
As conversas encontradas no celular de Thiago indicam uma relação estreita entre os dois, que ultrapassava os limites profissionais de um vínculo cliente-advogada. Márcia solicitava frequentemente indicações de contatos influentes no bairro Santo Antônio, área controlada pelo Comando Vermelho. O coordenador indicado pelo traficante não apenas serviria como “braço direito” nas operações ilegais e na movimentação financeira da facção, mas também desempenharia o papel de intermediário em questões eleitorais.
As disputas pelo controle do tráfico de drogas no bairro Santo Antônio, onde atua também a facção rival Guardiões do Estado, são um dos pontos investigados. Há indícios de que a influência de Márcia ia além do apoio jurídico aos membros da facção, envolvendo estratégias para expandir sua atuação e captar clientes.
Com mais de 6 mil seguidores nas redes sociais, Márcia Rúbia se apresenta como especialista em Lei de Drogas e Tribunal do Júri, além de ser professora universitária. Antes da prisão, ela costumava publicar conteúdos explicativos sobre o direito e vídeos em tom leve sobre sua rotina como advogada, sem mencionar suas ligações com atividades criminosas.
O caso continua sob investigação para desvendar a extensão da atuação da advogada junto à facção e o envolvimento de outros suspeitos. As autoridades analisam agora o impacto dessa relação na dinâmica do tráfico local e nas tentativas de interferência eleitoral.
Meio News Ceará