Há oito anos, a Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o uso de uma vacina contra a dengue no Brasil. A Dengvaxia, do laboratório Sanofi, chegou a pedir a incorporação do imunizante ao Sistema Único de Saúde (SUS), mas desistiu do processo, e o fármaco acabou nunca disponibilizado na rede pública.
Para que uma vacina seja incorporada pelo SUS, é preciso que seja aprovada pela Anvisa e pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias (Conitec) do Ministério da Saúde. Em 2017, a Sanofi entrou com pedido para que a tecnologia fosse avaliada pelo comitê. Entretanto, o processo de avaliação foi encerrado a pedido do próprio laboratório.
A Sanofi justificou que a bula do imunizante seria o motivo para a desistência. “A abordagem de administração de Dengvaxia é a de ‘testar e vacinar’, pois a vacina é indicada para quem teve infecção comprovada por dengue. Há necessidade de exposição prévia ao vírus da dengue, comprovada por diagnóstico anterior com confirmação laboratorial, ou por intermédio de teste sorológico reagente para anticorpos contra a doença”, informou a empresa.
Naquela época, em 2017, a Sanofi entendeu que garantir a triagem sorológica antes da vacinação seria uma medida de difícil execução para um programa público de vacinação, o que tornaria a utilização universal um desafio.
Naquela época, em 2017, a Sanofi entendeu que garantir a triagem sorológica antes da vacinação seria uma medida de difícil execução para um programa público de vacinação, o que tornaria a utilização universal um desafio.
Imunizante disponível
Atualmente, o SUS disponibiliza apenas uma vacina contra a dengue gratuitamente à população: a QDenga. Produzida pela farmacêutica japonesa Takeda. Durante os ensaios clínicos, o imunizante demonstrou a redução em até 90% das hospitalizações por causa da doença entre quem recebeu as duas doses necessárias – aplicadas com intervalo de três meses entre elas.
Fonte: Metrópoles