Neste 4 de dezembro, lembramos os 19 anos da partida de Monsenhor Francisco Murilo de Sá Barreto (1930-2005), uma das figuras mais marcantes da história religiosa e cultural do Cariri. Natural de Barbalha, ele foi ordenado sacerdote em 1957 e dedicou sua vida à missão de atender aos romeiros, aos mais humildes e às necessidades da sua comunidade. Conhecido como o “Padre-Romeiro”, Monsenhor Murilo assumiu a função de Vigário da Matriz de Nossa Senhora das Dores, em Juazeiro do Norte, em 1967, e foi continuador da obra deixada por Padre Cícero, consolidando-se como um dos maiores líderes espirituais da região.
Com uma atuação incansável junto aos romeiros, Monsenhor Murilo conquistou o carinho e o respeito de todos, não apenas em Juazeiro, mas em várias cidades do Nordeste. Sua dedicação à religião popular, sua habilidade em pregar e sua relação genuína com o povo fizeram com que se tornasse um ícone de fé e acolhimento. Ele também foi um grande defensor do Padre Cícero, escrevendo livros e promovendo estudos sobre a vida do líder religioso, além de ter incentivado o processo de reabilitação do Padre Cícero junto ao Vaticano.
Além de sua atividade religiosa, Monsenhor Murilo era professor e intelectual, sendo autor de livros e apresentador de um programa de rádio, o Dimensões do Cotidiano, que esteve no ar por mais de 30 anos e alcançou diversas regiões. Seu trabalho assistencial, especialmente para as crianças, marcou sua trajetória, sempre preocupado com o bem-estar social da comunidade. Ele também fez parte de importantes iniciativas religiosas, como a Missa da Despedida dos Romeiros e a Procissão dos Romeiros, eventos que reuniam milhares de fiéis e que são lembrados até hoje.
Sua partida em 4 de dezembro de 2005 deixou uma lacuna em Juazeiro do Norte, mas seu legado permanece vivo em cada romeiro que passa pela cidade e em cada pessoa tocada pela sua mensagem de fé e amor ao próximo.